HOJE É DIA SANTO ANTONIO: O SANTO CASAMENTEIRO E DEFENSOR DOS POBRES

Hoje, 13 de junho, celebramos um dos santos mais queridos e populares da tradição cristã: Santo Antônio de Pádua, ou, para os portugueses, Santo Antônio de Lisboa. Mais do que um nome conhecido nas festas juninas, Santo Antônio é um personagem histórico fascinante e uma referência de fé, caridade e esperança para milhões de devotos em todo o mundo.

Nascido em 1195, em Lisboa, Fernando de Bulhões — seu nome de batismo — tornou-se frade franciscano e adotou o nome de Antônio ao ingressar na ordem fundada por São Francisco de Assis. Notabilizou-se como um pregador eloquente e incansável defensor dos pobres e oprimidos, além de ser considerado um dos maiores teólogos de sua época. Santo Antônio faleceu jovem, aos 36 anos, em Pádua, na Itália, em 1231. Foi canonizado menos de um ano após sua morte, um feito raríssimo na história da Igreja Católica.

A fama de casamenteiro surgiu a partir de antigas histórias e lendas populares. Diz-se que ele ajudava jovens pobres a conseguir o dote necessário para se casar, numa época em que o matrimônio dependia de posses e acordos familiares. Além disso, é atribuído a ele o poder de interceder junto a Deus para unir corações e fortalecer relacionamentos.

No Brasil, Santo Antônio abre oficialmente o ciclo das Festas Juninas, que seguem com São João (24 de junho) e São Pedro (29 de junho). As celebrações em sua homenagem envolvem missas, procissões, quermesses e, claro, muito forró, fogueira e comida típica.

Em cidades como Lisboa, Salvador e Campo Grande, as festividades são marcadas por casamentos coletivos e arraiais lotados, mantendo viva uma tradição cultural que mistura fé, folclore e convivência comunitária.

Não por acaso, é tradição em muitas cidades brasileiras realizar simpatias e festas em sua homenagem, como a clássica de colocar a imagem de Santo Antônio de cabeça para baixo até que o pedido de casamento seja atendido.

Mais do que casamenteiro, Santo Antônio é lembrado por sua devoção aos pobres e marginalizados. Em tempos de crise social e desigualdades, sua figura segue atual, como símbolo de solidariedade e esperança.

Hoje, vale não só fazer aquela simpatia ou rezar por um amor, mas também refletir sobre os valores que ele pregava: caridade, empatia e justiça social.

O Festejo em Honra a Santo Antônio em Guimarães.

Em Guimarães no século XIX, a Festa em Honra a Santo Antônio era significativamente maior e mais importante do que a celebração dedicada ao Padroeiro São José.

Durante esse período, as festividades em homenagem a Santo Antônio, tinham uma grande expressão na cidade, atraindo muitos fiéis, As celebrações incluíam procissões, ladainhas, levantamento de mastros, missas solenes, e festas populares que mobilizavam várias comunidades, refletindo a forte devoção que os moradores tinham por ele.

Por muitos anos, essa festa foi uma das principais manifestações religiosas e culturais de Guimarães, consolidando-se como um momento de união e celebração popular. No entanto, com o ar do tempo, especialmente nas últimas décadas, o festejo ao Santo Casamenteiro foi perdendo força e hoje é considerado bastante fraco, com menos participação e atividades menos expressivas. Essa diminuição pode estar relacionada às mudanças nos costumes, na religiosidade e na organização das festas populares, que atualmente dão mais destaque a outras celebrações ou eventos culturais.